segunda-feira, 14 de setembro de 2009

portas abertas

abrindo minhas portas
fecho-me a mim mesmo
e exponho-me ao mundo.

meus livros, meus discos
e as canções que poluem o meu imaginário
são o melhor de mim.

outrora, se eu cavalgava em corcéis
era por ter em mente ser poeta.
hoje, modernamente
cavalgo numa nuvem baixa,
poluída e seca.

quando olho para as pessoas
não sinto nada.
não creio que ainda possa crer.
mas não se trata de romantismo
melancolia ou tristeza.
é mais a consubstanciação do que percebo.

não venderei livros.
emprestarei poemas,
muitos dos quais carregados e pesados
de tanta informação.
os mesmos que serão esquecidos e lembrados,
mas povoando minhas canções
cantarei sempre.

muito me falta, eu sei.

muito me falta da simplicidade do ROSA.
da decomposição do PESSOA.
e da habilidade do MACHADO.

mas estes continuarão sendo meus.
continuarão parceiros de vinho e café.
bebedores de conhaque à beira do rio poluído.
comigo sempre.

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