quinta-feira, 24 de setembro de 2009

o umbigo e o oito

o que dizer do mundo?
o que pensar do homem?
nada. o homem está fadado a ser o que é.
as fórmulas escolhidas para o entendimento
são fórmulas.
fadados como estamos, nós homens
aos nossos holocaustos pessoais
o mundo se torna pequeno e não importa.
sempre será mundo e sempre será história.

o nosso umbigo reina imponente dentro do peito
a despeito do mundo.
as vezes acho que o umbigo deveria estar na testa.
a barriga é pretexto de moradia dele
a carne é material que o identifica,
um dia  serviu de prato para o alimento, caminho,
enquanto habitávamos a barriga de nosso hospedeiro, era tudo.
depois do nascimento, o rompimento e pela primeira vez o mundo.

mas o umbigo continua sendo o grande elemento.

o que pensar do umbigo?
nada. é o umbigo.
assim como o coração,
é linguagem figurada.

já a mente, a cabeça habitada
transporta-nos para dentro de nós mesmos
e para fora e para o mundo.
ela é o verdadeiro umbigo dentro da cabeça
que só se rompe quando o fim chega.
e o fim é certo. sem efemérides ou poemas.
é apenas o fim. para muitos é continuação.

mas para ser mais nobre,
é apenas o fim de um ou de outro.
o oito continuará ileso e infinito
como nascimentos e mortes,
alfa e ômega. e isso é mais importante
quando se pensa no mundo.

o resto é poesia.
viva o oito.

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