sexta-feira, 21 de agosto de 2009

tudo quer ser redito


diga-se novamente se não houver mais o que dizer,
diga se
antes que a serpente volte a engolir-se, a si mesma, pela cauda
exponha-se ao ridículo de si no se
e extrapole as curvas da estrada.

mas não assassine a frátria língua
e perdoe-se a si mesmo se não tem a chave,
mas dê à poesia o que lhe cabe.


diga-se capaz de reinventar
para resistir
e refaça a tarefa de casa.

só então queira mais e seja mais.

mas lembre-se que um dos mineiros mais ilustres tinha razão:
''(...) aceita o poema como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço(...)(*).

tudo está realmente dito?
então rediga-se.
(*) Carlos Drummond de Andrade em A PROCURA DA POESIA - A ROSA DO POVO - Ed.Record

Nenhum comentário:

Postar um comentário