sábado, 15 de agosto de 2009

acaso

portas abertas quintais cheios de crianças mutiladas calçadas esburacadas mulheres esquisitas sentadas ao portão automóveis faróis avenidas faixas placas de sentido obrigatório e crianças pedindo trocados com seus paus duros e tetas fortes engolindo falos apavorados de homens mal-resolvidos e milhares de vozes esperando o contínuo sopro de vida dos esquecidos e descamisados sem teto sem carros sem comida sem roupa e os pêlos expostos e o segredo de cada um iluminado pelas lâmpadas altas e águas escorrendo dos telhados deformados e cortiços improvisados entre os prédios bem montados e o outro me dizendo quantos anos ainda posso viver lendo meu futuro incerto através do enviado de Deus e os deuses da natureza do passado nos shoppings lotados lojas vitrines meninos e meninas cinema e pipoca cidade de homens dualidade imortal do senhor de engenho moderno que humilha e escala e interna seus soldados sem braços nas casas sem iluminação lá no fim da avenida perto da solidão dos anjos bem perto do fim do mundo programa de domingo macarrão com frango e pelados e peladas dançando até o limite da histeria sem arteriosclerose do espírito sentida no hospital sem doutores e profissionais capazes vamos todos morrer e é a única coisa que sabemos sabendo da vida o que vier é lucro sem livros lousas quadro-negro gizes e saberes portas fechadas e palavras infinitas que se vão escorrendo em direção ao rio sujo cheio de fezes flutuantes espumas e mijo da cidade toda só ArnaldoCaetano só eu mesmo só Luís Morena Dinho Vanessa Tainá Zé Paulo Anna Vitor João Zé Marx Zuzu Una e todos vivos peixes n'água morte vida palco teatro praça ideal de sentimentose arte pelas ruas abestalhadas sem sabor pastas armários embutidos dentro dos peitos expostos e para se ver a idade dade pedras escuras e poluída senhoras com sexo sem sexo coçando a boceta fedida e no século dezenove os homens abusavam muito mais culturalmente... e isso continua... sempre...

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