sábado, 15 de agosto de 2009

eu


eu é apenas um pretexto no contexto evolutivo do ser, de cada um,

quando apenas em si.

termo cunhado para diferenciá-lo do você ou dele, dela, ou de nós, palavra pronome.

eu não é nem mesmo tu, nem o desconhecido. eu é apenas aquilo que mais conheço antes dos outros. o mesmo que possuo. por isso é para mim a festa do ego, do não globalizado, do indivíduo que se diz. eu serve apenas para mim.

é ele quando visto pelos outros, mas aqui, só um pretexto, um grito um lamento.

eu é narciso aflito diante do espelho quebrado, moderno, coisificado desreificado auto-afirmação da canção solitária. eco da primeira pessoa a usar o verbo.

eu é apenas o dito e do alto do edifício construído eu é nós todos, cada um, antes de compor o coro,

ao acordar dependurados no varal para secar ao sol e esperar a salvação.

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