quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

noir

sem mim. de mim.
para sempre estranho.
meu idioma não mais traduz
as nervuras dos meus sentidos.
a palavra procura o esporro
o grito
o esculacho
o meu opaco silêncio,
a necessidade de dizer-se.
mas há tantas nuvens.

quem me lerá?

noir.

de onde virão meus sonhos agora?

eis-me
no que é dito  para sempre.

realmente noir.
a novela inacabada
o vídeo-vanguarda
o espetáculo-experimento.

mas os sentimentos
as descrições
e os quintais onde vivem
todos  em descomum acordo
serão sempre os mesmos.

noir.

o dizer no ar.

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