sexta-feira, 23 de abril de 2010

dos sem nome 2

sempre que compuser algo,
do nascimento à morte
continuarei errando
feito barco bêbado desancorado
à deriva...
inebriado de sabores tantos
corado, rubro sem tempo exato.
sílabas estranhas deslizarão
em notas diatonais.

não há centro para mim
mas piruetas indescritíveis
que passeiam entre mim e o mundo.

eu do mundo nada sei
de mim muito menos,
apenas o que jorra
faz-se tão grande e nasce com tanta força
que a vida não entenderia nunca
se o útero dos meus versos
não estivesse plantado num satélite
parabólico.

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